segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

OUTRA VIA

O rumo que meus olhos seguem
Leva-me pro infinito
Onde busco a minha canção
Uso pincéis, pinto quadros,
Escrevo versos, moldo barro...
E faço a minha canção
Alimento-me desses momentos
mágicos
E não sinto indigestão.
Faço uso do que chamam saudade
E sinto saudade do que ainda não fiz.
Sou da canção sem fronteiras
Escuto música com louvação.
Essa loucura me faz são,
Dando-me outras portas a abrir.
Percorro dentro de mim
Todas essas portas
Com um barulho profundo
Inquietando um labirinto de idéias
É como descobrir a quântica
E formar um mosaico terno
De palavras doces e salgadas
Não há rugas na poesia cantada,
São jovens, de pele lisa, querendo viver.
Nos meus olhos, tudo que canto vivo.
Tudo que quero é passado
Do que vou saber.
(DJA VASCONCELOS)

ESTORVO

Casa escura
Calabouço
É Lá,
É Lá a involução,
Patriazinha!
Seus cofres guardam tesouros
INTERMINÁVEIS!
Enquanto EU como a fome
( companheira diária)
E a fome come o medo
Alimenta o desespero
E o desumano.
Patriazinha,
De qual fome queres saber?
Quem te rouba, diminuta mãe,
Não sou eu!

(Dja Vasconcelos)

Ao portuga

A casa tem som de “Z”
Porque, são vários,
Com o mesmo sentido.
O “Ç” pode ser esse.
O "S” pode ser cedilha
A frase pode ser má escrita,
Porem é sentida.
E o que vigora?
X, S ou Ç.
Meros fragmentos
De um texto bem escrito,
Mesmo que não diga nada.
G ou J, qual deles importa?
O jogo tem os dois.
A língua é uma puta
Na boca de todos
É vivida

(Dja Vasconcelos)

Criar

Um passo descanso
Movimentos tênues
Vidas incursão
Sem pressa
Observar com melhor
Definição
Explosão!
Confusão de gêneses
Espermatozóides vivos
Um casamento
Um óvulo
Vida de outras vias
Pulso coração
Pulsação viva
Vida aparição
Luz claridade
Átomos gestantes
Atomicidade molecular
Criação,
Vida guardada
Gestação
Vida parir vida
Superação
Vida explodida
Orvalho rosas
Abelhas
Polimerização
Guarde a vida
Guardada
No corpo
Introdução.

(Dja Vasconcelos)

Repúdio

Assombrados pelos olhos
Os versos me desampararam
Rápidos e sem destino
Vociferaram em silêncio
Tudo que permeava
O pálido lugar vazio

(Dja Vasconcelos)